final feliz,

E sorriu, olhava para ela embevecido, perguntando a si mesmo o que vira naqueles olhos vulpinos. Viu o mundo, concluiu. Quando ela, de olhos postos nele, perguntou o que havia, ele disse, simplesmente :  Nada. E voltou-se para frente; Ela suspirou e voltou-se também para frente. 
Era linda. Não so jeito superficial, era linda de verdade, era uma pessoa linda. Era virtuosa, humana, racional, tinha sangue nas veias e um jeito curioso de demonstrar afeto, calava. 
Por isso não podendo beijar-lhe os lábios, beijava-lhe os olhos. Porque esses eram muito mais do que sua boca, silente, jamais seria. A queria para si, entre os braços, só para sentir o cheiro dos seus cabelos, para aspirar aquele cheiro que lhe invandia a memória cada vez que fechava os olhos. A quis, a quer. A quereria mesmo que ela não existisse, porque antes de amá-la, sonhou-a.  E ela cabia perfeitamente no seu corpo, nos seus pensamentos, na sua vida, outra não seria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário